sábado, 1 de agosto de 2009

Estratégia em ações: confira as dez regras que o trader não pode esquecer

Publicado em:
21/08/07 - 11h20InfoMoney

SÃO PAULO - Certamente, nos últimos dias o clima de tensão pesou sobre muitos dos pequenos investidores que "enfrentam" a Bovespa. Não raro, em situações como esta o desespero bate à porta, desmontando estratégias, ignorando cálculos e semeando o medo, cuja escala, quanto toma grandes proporções, pode tornar a situação muito pior.

É compreensível que, ao ver o lucro comemorado indo embora a cada novidade que tumultua a cena externa, o trader acabe colocando as emoções em foco, em detrimento do "sangue-frio" e da disciplina que os "mestres" tanto recomendam. Em momentos como o tal, algumas técnicas ajudam a preservar o foco, conforme Alexandre Wolwacz menciona no livro Táticas Operacionais de Posição em Ações.

Regras de ouro

Em primeiro lugar, atenção às dez regras que o trader não pode esquecer:
1. Não se vende um ativo em tendência de alta;
2. Não se compra um ativo em tendência de baixa;
3. Não se adiciona posições a uma posição perdedora;
4. Adicionar posições a um trade vencedor é uma ótima estratégia;
5. Confie mais na tendência do que em todos os outros indicadores juntos e reunidos;
6. Não opere mais do que absolutamente o necessário;
7. Não opere na dúvida, se surgirem dúvida, saia fora;
8. Não entre em um trade sem uma boa razão (ou várias), mas, depois que entrar, não saia de um trade sem uma boa razão;
9. Não compre apenas pelos dividendos;
10. Evite operar alavancado. O risco excessivo consome o capital rapidamente.

Dito isto, a pergunta é: quando realizar lucros? Segundo Wolwacz, basicamente, existem três tipos de filosofia, cada uma com as suas vantagens. De acordo com a primeira delas, a hora da realização de lucros só chega quando de uma reversão de tendência. Já a segunda vê no target do trade o sinal para realização, enquanto a terceira delas é uma composição de ambas.

Em defesa do lucro

A primeira estratégia tem como vantagens a possibilidade de o investidor aproveitar movimentos mais amplos do mercado, a redução dos gastos com corretagem e menor necessidade de acompanhamento do trade. Por outro lado, pode deixar os traders mais ativos inquietos, gerar ansiedade nas fases de recuo dentro da tendência principal e promover um menor aproveitamento do tempo em relação ao lucro.

Por sua vez, realizar lucros nos alvos reduz possíveis perdas devido à volatilidade do ativo, permite capitalizar e aproveitar o lucro para potencializar os movimentos dentro da tendência e reduz o estresse de estar comprado durante as fases de recuo. Em contrapartida, implica em maiores custos de corretagem e requer maior acompanhamento do mercado.

Dados os ótimos argumentos, a dúvida permanece: é melhor realizar lucros no alvo ou na reversão de tendência? A resposta de Wolwacz é: "nós devemos realizar os lucros no alvo e nós devemos realizar os lucros quando a tendência reverter".

70/30
O plano é executar a entrada no ponto e, na medida em que o ativo se aproxima do alvo estimado, fechar 70% da posição comprada. Os outros 30% da posição comprada devem ser mantidos até que seja visualizado algum tipo de reversão de tendência.

"A beleza dessa técnica é a de que, ao realizar o lucro de 70% da posição, liberamos o capital para outras operações; com o lucro obtido garantimos que a operação fechará no lucro, mesmo que nosso stop mais longo seja atingido. Essa segurança nos permite ficar comprado pelo tempo necessário de reversão da tendência".